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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

EUMOÇÕES



DOS ENIGMAS QUE TRAGO DA VIDA
EU SOU O MAIS LOUCO 
QUE NÃO DÁ PRA PREVER.

E É ASSIM QUE ENCONTRO 
SENTIDO NA LIDA 
OUTRA VEZ...

ANDREIA CUNHA









quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ERA UMA VEZ EROS...



Instigante é a mitologia grega em todos os sentidos. Hoje me deparei com a segunda versão sobre o nascimento de Eros. Por desconhecê-la, tornou-se surpresa para mim, entretanto não tenho vergonha em confessar minha ignorância quanto a esta versão tão pouco difundida.

Tudo ocorreu numa festa em homenagem ao nascimento de Afrodite, deusa da Beleza. Póros, deus representante da riqueza e do expediente, embebedou-se, afinal tudo para ele tem que ser em abundância e, caído num canto dos jardins divinos, foi interpelado por Pênia, deusa da Penúria que sempre mendicante procura obter algo para seu sustento. Esta se aproveitando da embriaguez daquele que representa seu oposto e, louca para ter um filho, não se fez de rogada e deitou-se com Póros, gerando então Eros, figurinha central dessa história cheia de controvérsias.

Justamente por ser filho de figuras tão distintas, Eros possui em si a carência da mãe, que se afigura num vazio que precisa ser preenchido e ao mesmo tempo uma plenitude de sentido quando ocupado em criar conflitos repassando sentimentos capazes de produzir as mais profundas paixões. 

Sua condição também é conhecida por ‘demônio’, mas não no sentido pejorativo de Diabo e sim como um ser intermediário entre os mundos dos Deuses e dos homens. Tornou-se mais adiante servente de Afrodite por ter sido concebido na festa do nascimento da Deusa.

Por sua natureza ambígua e com pais tão opostos em sentidos; nada mais natural que vagueie entre os dois mundos: o conflituoso dos deuses repletos de vícios e o humano, somente brinquedos nas mãos dos poderosos imortais ociosos.

Nesta versão, Eros não é um menino belo que atrai por sua angelical figura. Ele se apessoa na forma de um mendigo como a mãe, tem gênio intratável e está longe de ser uma figura dotada de beleza, entretanto tem o caráter corajoso e impulsivo do pai, que quando se vê em situação complicada arranja meios de se safar nem que seja por intermédio de magias.

Ao contrário das outras divindades, ele não possui em si a sabedoria e também não foi agraciado com uma figura gentil. Esta falta de meio termo em condição de vida o torna um profundo buscador do conhecimento como modo de se sentir belo e acolhido.

Creio que todos carregamos em nós um lado erótico (tanto no sentido mitológico, quanto no sentido sexual), pois igualmente temos por companhia a ignorância desde o nascimento.  Quanto à beleza, esta nós a procuramos no outro (ou em seu exterior - o corpo, o físico ou de forma mais aprimorada e amadurecida como a beleza interior além das aparências) para suprir nossas carências em definir sentimento tão capcioso em mistérios e sentidos como o é o Amor.

Seríamos pequenos Eros refletidos nos espelhos dos Deuses a qual nos submete as ilusões do mendicante e verdadeiro Eros para oras nos atormentar com total falta de sentido e por vezes nos encher de regozijo com a embriaguez que nos proporciona o vinho da paixão?

Andreia Cunha











A NOTURNA COMPANHIA



Na falta do sono, minha escrita me ilumina.
Sinto sua doce companhia
Brindando-me com a magia
Em traduzir-me ressignificada.
Sou menina criptografada.
Palavra em constante movimento
Que partilha juntamente com o vento
O desejo de revirar o tormento
Sublime paz – em calmaria
Consolo e luz para os meus dias.

Andreia Cunha










DA MÃO AO UMBIGO: O EGOCENTRISMO



Abrir mão é comumente visto como perda. Mas nem sempre deve ser interpretado como tal. Por exemplo: abrir mão de situações negativas é dar brecha para que o reverso se mostre, é abdicar do pessimismo e se oportunizar a um renovo que pode trazer o raiar de um dia melhor, liberando os obstáculos que prendem portas e janelas, arejando as energias antes estagnadas por uma visão em atitudes centralizadoras e herméticas.

O importante do abrir mão é mudar, tendo ousadia de deixar para trás o que não está caminhando em plenitude de satisfação percebendo também que prender o que está aparentemente seguro entre os dedos não representa garantia de felicidade.

É ter a maleabilidade para lidar com as surpresas advindas pelos processos da vida sempre em movimento. Não deixa de ser ato de coragem que nos impulsiona aos sentidos e sensações em diferentes níveis de aprendizado e evolução, pois nos distanciamos somente do nosso eu e do nosso umbigo como centro do universo.

Quando nos proporcionamos essa liberdade, é possível a colocação no lugar do próximo, o pensamento no coletivo e como o que sucederá ao outro poderá igualmente afetar a mim mesmo que de maneira indireta.

Manter velhos conceitos é fechar não só as mãos, mas também os olhos e todos os demais sentidos enclausurando-se num ínfimo universo na qual o rei se chama Egocentrismo Absoluto cujo domínio não ultrapassa os limites do espaço ínfimo de um umbigo.

Andreia Cunha




Homenagem a Heidi, gambazinha vesga, que teve de ser sacrificada por conta dos descuido do bicho homem. Descanse em paz no paraíso dos seres iluminados, alminha linda...





quarta-feira, 28 de setembro de 2011