Precisa-se de biógrafo
Caros leitores,
Devido minha complexidade arquitetônica, eu os convido agora a ouvir-me para que com clareza de idéias alguém por fim possa escrever um livro sobre mim.
Sou uma profundeza confusa e misteriosa que habita diversos lugares inclusive o interior humano. Creio que ao ser construído pela primeira vez, a intenção era a de confundir ainda mais o que se é confuso.
Mas, será que minha saída é realmente a solução que deva ser comemorada com os louros da vitória? Será que achar o caminho dito como o certo é a proposta de minha existência em essência?
Sinceramente, não sei, porém se minhas teorias forem aceitas, creio, e isso, digo apenas por mim, que é o percurso que me faz intrigante, instigante e desafiadoramente amadurecedor. Lidar com frustrações abre mais possibilidades do que simplesmente achar a saída logo de cara. Como construção pétrea, eu também me percorro sem setas e igualmente me perco em meus semicírculos e ângulos obtusos – inconclusos.
Ando-me e por vezes navego-me em minhas ondas de paredes duras como se fossem tsunamis. Por momentos, deparo-me comigo em tantos outros pontos de interrogação que me formam.
Sabe, não almejo respostas, prefiro as ondulações e o desespero de ser perdido no meu mim.
Nessas horas me diluo e não sou mais eu – egoísta, egocêntrico e ególatra. Passo a ser esse lugar substantivo – sinto não sei se minto, só sigo na procura desse QUEM diluído no Espaço-labirinto.
Aos que me lêem, fica o desafio da escrita dessa minha biografia.
andreiACunha
andreiACunha
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