DOR DE CABEÇA - BOMBA MENTAL
Quero seu sorriso amarelo me deixando vermelho de raiva
Passando vergonha em plena avenida.
Sou feliz nessa tua insegura companhia,
Nos papéis de teatro dos vivos que entopem bueiros
Quero seus cabelos ao vento
Cheirando à fumaça das ruas
A sufocar meu nariz no beijar ardente
De despedida do áspero dia
Sou feliz! Você não vê? Não percebe minha euforia
Nesse desejo premente
de lamber sua carne suada da labuta
Filha da luta e do suave pão –alimento.
Quero, num carro, o sossego
Na aventura do trânsito que lento se vai ou se ia
Em correria da nova velha manhã.
Suspiro o sussurro contido em urros
Ao passar das horas lépidas e fagueiras
De quem ama a vida mais que a tudo se devia
Essa ironia é alegria vivida
Durmo na pia para não ver como minha cama é macia
E não ter preguiça de levantar para trabalhar.
Assim vou vivendo como um sabiá na gaiola preso
Prestando a atenção no mundo faceiro
Cantando num pio sorrateiro de quem quer viver mais:
Aproveitar o conforto e a dignidade de ser cidadão,
Estrangeiro do mundo
Num poço sem fundo.
Andreia Cunha
A IDEIA DE PARAÍSO VISTA SOB A ÓTICA DAS
RELIGIÕES É AINDA MUITO PRIMITIVA. PARA ALGUMAS PARECE UM ASILO, PARA OUTRAS CONTINUA
HAVENDO SEGREGAÇÕES, PARA OUTRAS
SIMPLESMENTE QUALQUER COMENTÁRIO SERIA UMA
HERESIA. PREFIRO ACREDITAR QUE ELA É UMA UTOPIA PERANTE AS CORRERIAS A QUAL NOS
PROPORCIONAMOS VIVENCIAR NESSE MUNDO
TERRENO AINDA EM EVOLUÇÃO
Andreia Cunha
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