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domingo, 27 de maio de 2012

A PRINCESA INTELIGENTE E O CASO DAS MOSCAS MORTAS




Eram todas mortas e já estavam assim há algum tempo. Todas haviam pousado na sopa e por isso, o castigo com a não existência prevista no pif paf em raquetes.

No entanto, possuíam almas e estas eram cultivadas pelas ideias passadas para as futuras gerações que as alimentavam em teorias e atos.

Portanto, por mais que muitas levas pudessem ser dizimadas outras tantas viriam para engrossar o caldo.

E nada pior que mosca em reino onde só se alimentam de sopa. Eram verdadeiras pragas. De modo que para se livrar do inferno, um concurso foi feito e ao vencedor o rei daria gentilmente a mão de sua filha em casamento.

O problema é que a filha do rei era muito, mas muito inteligente e inteligência em mulher é pior que a feiura na maioria dos casos. Os pretendentes choviam aos montes tanto quanto as moscas em nuvens avassaladoras.

No entanto, outro fato também criava mal estar nos corajosos de plantão: estar à altura dessa joia preciosa de figura feminina, caso contrário o vencedor correria o risco de se transformar em peteca na mão da princesa.

Contra a inteligência, só mesmo a inteligência. A força é só um subterfúgio infeliz e covarde. No dia marcado para as mostras, eram tantas as maluquices que a princesa recoberta pelos véus protetores se esbaldava em ver tantas armadilhas contra moscas que mais pareciam circos prontos para o espetáculo.

A cada um que entrava as moscas davam o baile, dançavam ao som do bem pago e estimado André Rieu com suas valsas e orquestra hiper afinada.

Caso fosse um jogo, o placar estaria vergonhosamente marcando mais de 30 X 0 para as moscas. Porém, sendo um baile nenhum dos pretendentes foi o felizardo em tirar a princesa para dançar.
Teve ela mesma que se unir às moscas e comemorar o sucesso das benditas. Ao som de sua flauta mágica, a princesa as conduziu para um pântano bem distante.

Mas vocês podem me perguntar se a princesa foi até lá... Não caro leitores, ela não foi até o pântano mal cheiroso enlamear seus lindos pés na podridão. Sendo a flauta mágica, havia um meio de fazê-la tocar sozinha até onde fosse o local ideal.

Mal sabiam que a flauta tinha um demo e que equipada com um GPS as moscas hipnotizadas seguiriam o som por onde quer que ele fosse.

E a princesa foi feliz para sempre só e somente com ela mesma. Casar era apenas um detalhe a qual ela mesma teria que tomar a decisão sem a interferência do papai.

Andreia Cunha





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