VISITEM O NOVO BLOG: INDOMÁVEIS FEROMÔNIOS CIBERNÉTICOS.
ANDREIA CUNHA
Ela, uma menininha doce ingênua e pelas primeiras vezes no
universo virtual. Ele um lobo matreiro a cata da próxima vítima. Uma típica
história de Chapeuzinho Vermelho.
Não, mas não se iluda, caro leitor. Não iniciaria o blog com
uma história tão ordinária como essa. Sim, parecia ser mais um típico caso. Se
não fosse por algo que passou despercebido dos leitores desatentos: o ambiente
virtual.
Ali, ou aqui pois é o meio pela qual escrevo agora, tudo
pode ser transformado: reduzido ou ampliado para adquirir as proporções que se
quer.
Ela não era ela e ele não era ele. Ambos eram artistas ou
arteiros. Ela (ou ele disfarçado) estudante de psicologia realizava uma
pesquisa para seu trabalho de conclusão de curso. Ele (ou ela disfarçada)
apenas queria brincar com as mais improváveis possibilidades da inteligência da
pessoa com quem estaria conversando.
Queria perceber se alguém ultrapassaria as barreiras
virtuais e por meio de seu vocabulário chegaria a sua verdadeira identidade
genital; assim denominava essa empreitada maluca.
Enfim, dizem que quando o universo conspira a favor não há
vento que sopre contrário. E os ditos acabaram mesmo se topando nas ondas
virtuais desse imenso mar em fantasia. Ela denominou-se Rogério e Ele, Marcela.
A sala de bate papo estava cheia no dia em que ambos
adentraram. Seria um prato cheio para novas experiências, mas ao que parece a
maioria já estava mesmo embrenhada com seu nucleozinho comum.
De modo que não foi difícil se comunicarem após tantas
tentativas. Ela, Rogério, com o Nick TO AFIM e Ele, Marcela, com o Nick QUERO
COLO.
“To afim e quero colo bem que se combinam” investiu Rogério
ao que Marcela respondeu “é verdade, mas estou à procura de algo sério e de uma
amizade primeiro para conhecer melhor”.
Opa, tudo parecia e estava realmente se encaixando nos
papéis virtuais. Rogério, galanteador, conquistador e a todo custo lançando
suas investidas e Marcela interessada naquele tipo que bem daria um belo estudo
para seu trabalho de conclusão de curso.
Os encontros virtuais foram ficando mais e mais
interessantes e para isso trocaram MSN para que as conversas ficassem mais
íntimas ou próximas ou somente entre eles mesmos. O ritmo seguiria a partir
daí.
Óbvio que não se revelariam em seus e-mails verdadeiros e
para tanto criaram fakes a fim de que tudo parecesse seguir um curso natural de
encontro. Lá foram para os e-mails: Ela, Rogério, asteroideprocura@hotmail.com e
Ele, Marcela, amoramora@hotmail.com.
O difícil seria manter tudo isso. Ambos tinham que fazer
fluxogramas para saber o que foi dito anteriormente para não caírem em
contradições. Aquilo dava trabalho...
Quando Ela cansou da brincadeira passou a não mais entrar no
MSN. Já estava satisfeita ao saber que conseguira enganar alguém e já não mais
tinha o mesmo gosto de antes.
Quando Ele tinha material suficiente para seu trabalho de
conclusão de curso se afastou pois teria que se dedicar a tanto material
interessante a qual já possuía.
Só que por ironia do destino, hoje ambos se encontraram
apesar de passados anos do ocorrido. Ele em seu consultório e ela paciente que
pelo jeito ainda guardava resquícios daquela época que deveriam ser resolvidos.
Se se descobririam? Ah, isso já é outra história...
Andreia Cunha
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