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quarta-feira, 23 de maio de 2012

A ESPERA E A ESPORA





Abriu seu e-mail logo pela manhã. Lá estava a mensagem em resposta àquela que havia enviado na noite anterior. O conteúdo diferente do proposto era um pedido de desculpas referente a um mal estar pessoal em relação a seu dia de trabalho.

Chateada e comovida por também já ter enfrentado dias de teor semelhante, resolveu enviar um torpedo. Deitou-se na cama para ficar mais confortável, escreveu e enviou a mensagem. Como se o tempo tivesse parado por conta daquilo, ficou ali à espera de uma resposta.

As palavras escritas em conteúdo não lhe saíam da mente e imaginava a reação do outro ao receber, releu bestamente umas três ou quatro vezes o que enviou e para distrair resgatou as mensagens anteriores. Mas nada de uma resposta. Seu tempo ali parado enquanto o real disparava em galopes esporeados por cavaleiro feroz.

Recriou a cena imaginando o cavalo Tempo tristemente esporeado e machucado em suas ancas pelo cavaleiro Pressa que não adiaria seus compromissos por conta da lerdeza de um animal mimado e mal mandado.

Levantou-se, pois a cena era forte demais para tomar conta de sua mente, as esporas pareciam doer-lhe na alma e para anestesiar tal pensamento nada melhor do que agir. Levantou-se do momentâneo ócio e pôs a organizar as tarefas como se enchesse a mochila para ir à escola da rua e da vida desembaraçar os nós que alguém os engatou.

Andreia Cunha





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