UM PAR ÍMPAR

- Vamos brincar?

- Obaaaa! Vamos. Mas tem que ser de...

- Ah, não. Tem que ser de...

- Vai, escolhe. Par ou ímpar?

- Par.

- Ímpar.

- Um dois três e já!

- Ímpar, ganhei!

- Nananinanão. Desde quando dois é ímpar?

- Oras, desde a hora em que nós enquanto amigos, somos esse grupo ímpar e singular que ninguém consegue entender.

- Você, hein. Você, hein... Mas essa aí não vale. Porque dois nunca vai deixar de ser um número par...

- Como não? Ficou louco? É só colocar duas letras na frente e temos o ÍM-PAR. O par é que é ímpar porque tem três letras.

- Para, para e para, que assim você me confunde mais do que devia. Nunca duvidei que você consegue tudo o que quer. Eu estou falando do número. O 2 é par e está acabado. Isso é fato!

- Ué, então me prove. Até agora você não me convenceu. Embora eu tenha dado argumentos convincentes para te provar minha teoria.

- É só você entender que quando temos dois números ímpares que se unem formam um par e...

- Ahhhhhhhhh, então você chegou aonde eu queria. Dois é mesmo ímpar porque ele é formado de 1 + 1. Um é ímpar e o outro um também é ímpar. Tá vendo. Dois é formado de outros dois  ímpares.

O outro começa a ter nós mentais e não consegue mais argumentar com tanto pensamento que o amigo lhe impôs.

- Tá bom, tá bom... Você venceu!  Vamos brincar de...

Andreia Cunha