Mesmice, rotina. Isso incomodava aquele ser. Sabia que a vida o levava a uma escolha acima do senso comum. Não queria admitir. Seria doloroso.
Porém, a estação final do metrô sinalizava para um ponto final. Mas daqueles pontos que também podem ser o marco de um recomeço. No momento, não pensava que poderia ser um recomeço. Estava extremamente pessimista.
As palavras já não bastavam para se expressar no mundo e a rotina o detonava como uma bomba com tempo curto para explodir. Queria outro meio ainda inexplicável para poder enfim se colocar no mundo. Era isso o que chamava de rotina. Dormir, acordar, comer, trabalhar... Tudo isso o cansava. Um peso descomunal de quem ainda não sabia viver com as próprias pernas. Passava o dia encontrando diversos meios, cores, luzes para sair daquele mundo-sub.
Por fora, o consideravam um ser até que interessante, mas seu interior era dilacerado com questionamentos que ansiavam por um universo mais sensível que vivia por motivos espirituais: superiores. “A ferocidade do cotidiano consume a todos.” Sabia disso é claro. Mas por observância, percebia que outros já estavam acostumados ou anestesiados. Gostaria, às vezes de estar tão anestesiado quanto, porém não conseguia. Daí provinha suas dores de mundo.
Sentia que teria de renascer. Seria um renascimento no sentido cristão do termo? Faltava-lhe religiosidade? Ou Faltava-lhe jeito humano, por isso a descrença na própria raça?!
Não sabia dizer, aliás as palavras mal o completavam... Era uma massa amorfa e úmida num deserto sem oásis. Era um IN (insatisfeito, intruso no mundo, ininteiro) sentindo-se meio que OUT.
Andreia Cunha
Minha amada Andréia,
ResponderExcluirQue a sua semana seja feita de realizações, alegria, paz e muito amor.
Sinta meu abraço e o meu beijo com todo carinho.