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sexta-feira, 15 de julho de 2011

O QUE JÁ SE FALOU SOBRE: IDIOTAS - ELES TAMBÉM TEM VEZ.



Livro: O Idiota  é um romance escrito em Florença, entre os anos de 1867 e 1868, pelo escritor russo Fiódor Dostoiévski.Publicado em 1869, o livro foi muito bem recebido pelos críticos da época. Nele Dostoiévski constrói um dos personagens mais impressionantes de toda literatura mundial, o humanista e epilético Príncipe Míchkin, mescla de Cristo e Dom Quixote.





Peça:  

A encenação de “O Idiota” parte de uma comunhão, conceitual e prática, entre todos os participantes, incluindo atores, técnicos e público em um mesmo rito de amor incondicional. O percurso do espetáculo, como nos passos da Paixão de Cristo ou nos Mistérios medievais, pressupõe um percurso em comum, onde se revive uma história que já aconteceu e que nos pertence simbolicamente. Todos os oficiantes identificam-se, então, com a fé no amor, mas, também, com a tragédia que se abate sobre ele e suas razões e “desrazões”. A contradição entre o amor incondicional e a realidade da convulsão das paixões humanas, entre o bem estar comum e o bem estar individual, ecoa na consciência e na responsabilidade de cada um de nós. A tragédia acontece sempre por um triz, pela desmedida humana, acolhida pela coletividade, cúmplice. A catarse dessa tragédia é coletiva e o teatro busca retomar um papel como festa e rito da pólis. Onde os indivíduos se percebem como agentes fundamentais do coletivo.
O percurso pressupõe uma transformação dos indivíduos que dela participam. Cada passo ou estação instaura um lócus especial, onde se dá uma parte fundamental da Paixão e Fé do Príncipe Idiota. Todos somos atores dessa tragédia, fazemos parte de um mesmo mundo, viajamos, comemos e festejamos com ele... amamos o seu amor incondicional que nos enche de possibilidade e sofremos com o rumo dos acontecimentos trágicos, para onde a história vai, todos percebemos a nossa tragédia anunciada, o Idiota morre por nós para que possamos viver esta Paixão.


Filme: O Idiota e o Mentiroso - uma comédia da dupla goiana Nilton Pinto e Tom Carvalho, que com muita irreverência revela costumes regionais e critica com leve ironia a politicagem.





Conto popular: O Idiota

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.
Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas:
- uma grande de 400 réis e - outra menor, de 2000 réis.
Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.
Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.
- Eu sei, respondeu o não tão tolo assim. Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda.”
Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.

A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda:Quais eram os verdadeiros babacas da história? Terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é :
A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, o que realmente somos.
“O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente”







Em Dostoiévski, é interessante notar como a bondade e o impacto da sinceridade do príncipe Míchkin irá revelar ao leitor de forma trágica como em um mundo obcecado por dinheiro e poder, o sanatório acaba sendo o único lugar para um santo.

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