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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A NATUREZA E A NATUREZA HUMANA




A tentativa  da INVISIBILIDADE DA LÍNGUA É A MESMA tentativa de  INVISIBILIDADE DO HOMEM.

Enquanto nós, homens, não reconhecermos a verdadeira união entre a natureza e a natureza humana, caminharemos para nossa própria destruição. A língua deve sim nos retratar, mas infelizmente o que se vê é uma triste ideia de torna-la invisível a ponto de não nos sensibilizarmos com o que ela representa e o que de fato vemos e sentimos.

 As palavras como esponjas daquilo que falamos não devem apenas passar pelas nossas peles, mas, sobretudo ela deve sair de dentro e igualmente adentrar e manifestar no outro o desejo de realmente confirma-las muito mais do que um senso crítico: um senso poético.

O desatrelar a língua dos sentidos é meio caminho andado para a nossa própria perdição. E nisso a literatura tem seu papel fundamental: resgatar a alma à sensibilidade perdida nas esquinas do comércio da vida e do trabalho ensurdecedor de ideias.

Ajustamos a natureza pela ciência encaixando cada item em seu cantinho e isso também em relação à língua por meio de gramáticas, no entanto nos esquecemos de que as palavras antes de serem letras unidas elas se comunicam se conversam sejam em seus sinônimos, antônimos parônimos, homônimos e principalmente polissemia e demais recursos muitas vezes deixados de lado.

Não mais pensamos as palavras, apenas queremos dizer o que queremos e se conseguimos: ‘ tá tudo bem nada mais importa’. Colocamos nosso ser acima dos seres da natureza e o pior os excluímos dos deuses de nossas próprias criações deixando para último plano tudo aquilo que achávamos não nos interessar – animais não tem alma, e se as tem não sobe. Tais citações são apenas exemplos.

Atualmente, colhemos os frutos dessa mãe natureza que sempre encontra um meio de nos dizer o quanto somos medíocres e o quanto tudo está interligado. Nosso ser não pode ser nem mais nem menos do que temos na natureza e consequentemente convivemos.

Interpretamos a natureza como lugar de refúgio, oras como extensão de nossos medos, oras como sombria e furiosa tal como nossos atos. Mas até então coloca-la junto as nossas representações – apenas nos momentos em que nos convinha: destruir para construir consumir, matar por prazer, alimentar para que pudéssemos enfim justificar nossos atos como necessários a algum tipo de satisfação egoisticamente nossa.

Julgamo-nos superiores pelo intelecto e, sobretudo pela linguagem. E o que estamos fazendo quando nos é necessário pensar? Mal se sabe o caminho para usar as palavras, que diremos pois do cérebro?

Pensar as palavras, observá-las e conhecê-las é fundamental para mantermos nossa liberdade é também o melhor caminho de entendermos que a educação é muito mais que a ousadia de conquistar uma melhor posição social. Ela é antes de tudo o caminho para sermos pessoas de bem e que também se sensibilizem com o próximo seja este no reino animal, mineral ou vegetal.

andreiACunha






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