Nunca pude imaginar que a violência poderia ser uma arma alienatória na medida em que desvia o foco dos problemas verdadeiramente reais e os coloca num palco esportivo, por exemplo.
Aqui me refiro especificamente aos casos muito evidentes em relação a torcidas ditas organizadas e suas marcações de guerras no estilo hooligans ingleses.
Enquanto tais figuras se matam feito animais em brigas de rinha, os donos da situação e nisso incluo as piores figuras que comandam massas e poderes lideram o show a parte que literalmente afana nossos bolsos, nossas mentes e vontades...
Não defendo essa violência nem ingenuamente a coloco como sendo apenas fruto de mentes doentias e gananciosas. No entanto creio que essa força em revolta poderia ser voltada para pensamentos e ideias mais nobres e humanitários.
Toda essa gana em querer acabar com o outro que apenas usa o emblema de seu time favorito demonstra uma insatisfação profunda com seus ritmos de vida, com as dores engolidas e os alienantes alucinógenos que são vendidos às escondidas e por incrível que pareça fazem parte da contabilização do PIB e se possível até commodities.
Faltam-nos direcionamento e posicionamento político, também acordar para pensar e crescer aprimorando nossos desejos e objetivos. Faltam-nos tantas coisas e o mais básico de tudo se resume na Educação.
Já dizia Nelson Mandela: A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo. E infelizmente aqueles que sabem disso ou estão de mãos e pés atados para o fazer – como nós educadores de base (por conta do sistema vil que nos mutila e nos torna mutiladores) ou por aqueles que a delegam a último plano por interesses escusos em manter a maioria adormecida e anestesiada para a verdade da vida pautada no conhecimento do mundo e suas ideologias – nisso incluem-se os políticos e outros tantos poderosos.
Há muitos que despertam do estado de zumbi por terem capacidade de perceber a força alienatória que tentam mantê-los deitados eternamente em berço esplêndido utilizando a força de seu pensar para produzir em si mudanças efetivas sem os mascaramentos das fontes de poder.
Porém, isso ainda é pouco e aleatório – um em milhões. A massa enquanto força desorganizada é interessante para muita gente mal intencionada. Pena que ainda muitos massacrados da massa ainda não percebem claramente como o esquema funciona.
Enquanto não há esse novo despertar algo precisa ser feito, algo precisa mudar. Quem se habilita?
Andreia Cunha
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