Os dias decorriam na mais louca rotina: o levantar sempre a mesmíssima
hora, o tomar banho para ir ao trabalho seguido do café geralmente rápido e sem
gosto.
A casa? Durante a semana permanecia em perfeito estado de
imundície acumulando o pó dos dias até que Sábado novamente batesse à porta
convidando-a a pôr a coisa na mais perfeita ordem...
Mas o tal Sábado era muito sentimental e só batia quando bem
lhe entendia apesar das horas marcadas para sua chegada. Os demais dias eram
infinitos em duração até que garboso ele chegasse para enfim dar oportunidade de
acabar com a bagunça dos micro-organismos festeiros que se alongavam em sair
pela falta de tempo durante a semana.
Por fim, o seu hoje era sábado e como de costume vestiu-se a
caráter. Armas em punho, roupa de guerra. O equipamento bélico era composto de
vassouras, panos, baldes de água, produtos diversificados de limpeza e muita,
mas muita disposição para guerrear e vencer a batalha.
Com certeza cairia na cama de modo melhor: tudo arrumado
limpo e cheiroso. Sentia esse conforto até segunda-feira, quando tudo retomaria
o curso do acúmulo de pós, pêlos e demais horríveis sujeiras.
Portanto, as melhores noites de sua vida eram feitas de
sábados e domingos, neles percebia que chegava a ter sonhos mais agradáveis e
tranquilos, isso quando não estava tão cansada que caia na cama feito um tijolo
que despenca do vigésimo andar de obra em construção.
Ela considerava sua vida normal em comparação a dos demais
companheiros de trabalho com quem convivia frequentemente. A vida não era uma
companheira ruim era apenas uma professora severa e os dias como inspetores lhe
determinavam a melhor forma de agir e também ocupar seu tempo.
Apenas isso.
Andreia Cunha
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