Cada vez mais, cada vez mais... Este era o pensamento que
ardia e queimava nas mentes dos que se propunham a fazer algo pelo povo.
Mas o cada vez mais era relacionado a poder e não a ajuda
humanitária. Quem adentrasse aquele pequeno universo era fatalmente corrompido
pelas fantasias que ali existiam. Era uma verdadeira floresta de alheamento em
comparação à proximidade com o real vivenciado pelos demais cidadãos sempre massacrados
pela grande máquina a qual tinham que rodar as roldanas para fazê-la produzir.
Enquanto isso, no reino fantástico da alienação, pizzas do
tamanho de mesas gigantes eram servidas para degustação enquanto o papo girava
em torno do mais novo escândalo. Ao fundo, muita jogatina e fichas rolantes soçobravam
pelo salão.
Cabeças com certeza rolariam, mas não as mais perspicazes e
audaciosas protegidas pelas cartas que não eram as dos baralhos. Em algumas
mesas havia risadas escrachadas juntamente com panças infladas tal como baiacus
cheios dos ares fétidos a serem expelidos.
Outros, mais contemplativos, contratavam assessores para
pensarem em estratégias absurdas para se livrarem da toca do coelho morto para
novamente se juntarem as raposas e lobos velhos.
Aquele clima era o normal como ambiente de trabalho: e que
trabalho – máfia capiciosa como massa amorfa e grudenta apegada às paredes,
teto e luxúrias do palácio que comemora a orgia pré-nupcial entre a corrupção e
os poderosos.
Enquanto o reino se sustenta sob esse clima, a maioria
continua a girar a roleta russa para o jogo continuar seja com mais ou menos um
babaca no salão.
Andreia Cunha
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