Não sou antiecológica e sempre defendi e defenderei a vida como bem supremo a ser preservado seja em qualquer espécie e/ou qualquer situação. Entretanto, fato é que a não distribuição de sacolinhas no mercado não vai diminuir o uso desse material como forma de descartar o lixo doméstico.
Há os sacos vendidos em grande quantidade com 50, 75 e 100 unidades, de todos os tamanhos possíveis e imagináveis. As mesmas também continuarão a ser vendidas por centavos aos que não quiserem aderir a uma sacola de ráfia ou outro material.
O tratamento dado à questão com tal proibição é falho e medíocre, pois não cria alternativas para o âmbito maior do problema: o lixo doméstico e seu descarte. A medida apenas visa os grandes comerciantes, empresários dos megalomaníacos hipermercados e sua economia com o gasto com o que antes era um direito do consumidor: ter como carregar suas compras.
Por que não fornecem então os antigos cartuchos de papel pardo tão eficientes quanto as vilãs do momento? Às vezes o consumidor está na rua e se lembra de algo que precisa ser comprado e lá vai ele ter de comprar uma nova sacola, pois esqueceu a sua em casa. Imagine tal questão quando o cidadão retorna do trabalho e se lembra do algo esquecido no caminho onde há um mercado em questão?
O cerne do problema como disse anteriormente é priorizar uma educação que conscientize as pessoas a pensarem de maneira inteligente em como desovarem seu lixo com a competência de saber o que pode ou não ser reciclado. O plástico não deixará de ser utilizado e os mesmos problemas de antes continuarão acontecendo e talvez até em maiores proporções, visto que a quantidade vendida dentro dos mercados é sempre maior que a fornecida nas compras de duas latas de ervilha, por exemplo.
A falta de planejamento governamental é imensa e coloca o povo como estúpido e imbecil ao menosprezar capacidades de pensamento e alternativas para driblar o problema. Um governo que não preza pela educação e por seus mestres tenta sempre nivelar por baixo a capacidade de pensamento do cidadão as quais pensam domar como cavalos com rédeas curtas.
A grande maioria das cooperativas que lidam com o lixo são de ordem particular e partem do próprio povo que em mutirão trabalham para dar condições aos menos favorecidos economicamente para que possam ter o que comer e sobreviver nesse universo na qual os mais abastados consomem e jogam de qualquer maneira seus lixos e os outros que catem o que é produtivo para uma nova utilização.
A sacolinha apenas deixará de ter o logo do hipermercado. Será que com isso tais empresários alcançarão o reino dos céus com a morte de menos animais e a falsa proteção do mundo ecológico a qual eles estão tão distantes apesar de respirarem o mesmo ar que os que verdadeiramente se preocupam com o problema?
Creio que está aberta a temporada de compra de terrenos celestes.
Ladrão sempre protege ladrão.
Andreia Cunha
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