Meu projeto de escrita
é sempre maior e mais grandioso
do que aquele que
no papel se concretiza.
Andreia Cunha
Imortalizada estava naquele espaço de aproximadamente 15 X 10. Posso dizer que infinitamente enquanto durasse a matéria-prima: o papel.
Agora, quem a observava em tempo distante ao do registrado, questionava-se quem seria o ser tão belo ali resguardado e qual o grau de parentesco, visto que se tratava de um álbum de família.
A dúvida persistiria, pois nem mesmo quem poderia responder tinha acesso à informação perdida nos vãos obscuros da memória.
A figura era uma estrangeira do tempo que no atual causava curiosidade pela sua beleza de época. O olhar penetrante parecia adentrar o ser que a observasse mais atento. Talvez, fosse uma provocação ao fotógrafo aquele gesto insinuante com um sorriso de canto de boca.
O fotógrafo bem poderia ser alguém especial... Quem seria? Quem seria? A pergunta martelava como se nas paredes da mente do0 observador um prego estivesse sendo ajustado para em local de destaque a imagem ser pendurada como quadro.
Teria de se contentar com suas conjecturas, pois nem o nome ele sabia para enfim pesquisar sobre a bela nova desconhecida viajante do tempo registrada no papel.
Naquele momento, questionava-se sobre o porquê tudo aquilo lhe mexeu tanto. Algo nela convocava-lhe para o repensar e refletir. Havia algo na mulher que a ele também pertencia: uma ousadia que também precisava ser nele despertada. Aquela que faz um ser ser caminhante, mais que sobrevivente dessa vida navegante...
Andreia Cunha
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