Preenchia um formulário. Quando se deparou com aquela
pergunta a ser assinalada pelos quadradinhos abaixo, ficou sem noção do que
responder. Cor da pele: cor da pele? Não havia uma alternativa que de fato lhe
conviesse, lhe combinasse.
Faltava uma: multirracial ou multicolorido (que fosse, por
ser ‘cor da pele’). O impasse permanecia, mas logo seria solucionado, visto que
seu posicionamento perante o papel era muito mais consciente do quem o havia
feito, naquele momento, tão distante e frio quanto o ar condicionado do
ambiente em que se encontrava.
O questionamento que lhe rondava era por qual motivo tal
resposta avaliaria suas aptidões para o trabalho a que se candidatava? Meras
convenções que na base do inventivo mais adulavam o senso especulativo do que o
que realmente importava: o curriculum.
Criou o quadradinho e o assinalou como se fosse uma das outras
opções. Espera bom-senso dos julgadores. Mas que...
Passadas horas após o total preenchimento e a entrega à
funcionária, nada de lhe darem uma resposta. Parecia inotável no ato de estar
sentado lendo e à espera, apesar da estatura e do porte.
O mais estranho nessa história é que ela acaba sem um fim
esclarecedor. Após um tempo e com tamanha impaciência apesar da educação
externa foi ao balcão. Dirigiu-se à moça, esta era uma espécie de holograma,
transparente ou algo parecido, quando tocada sua figura parecia sumir como se
estivesse numa tela hipersensível ao toque.
Tudo ali era virtual, tudo ali era imagem, apenas imagem:
aparências e mecânicas no dinamismo funcional.
Apenas ele e os móveis tinham real existência. Apenas ele.
andreiACunha
Conheço a sua mágica essência, as cores dos voos da sua mente, agora quero me fartar de cada centímetro do seu corpo delicioso, conhecer todos os sabores, me perder em você, me fundir em você.
ResponderExcluirBeijos mordidos em cada pedacinho seu.
Te amo!