A dúvida e a incerteza eram suas aliadas para se manter
ativo na busca pelo conhecimento do mundo que nos cerca. De modo que o ponto de
interrogação vivia em sua boca pronto a sair em mais uma entonação elevada como
são as palavras de quem vive de questões. ‘Mas por quê?...’
Tudo lhe parecia novidade pedindo para ser descoberta. Não
se contentava como a maioria em aceitações toscas de respostas vagas e
incompletas. Era no fundo-dentro que queria instalar sua bandeira de quem
desbravou caminhos picando as matas feito os bandeirantes.
Sua vontade não parava no fascínio fascista de quem com
pouco se contenta e não mais observa por puro preenchimento do vazio que antes
incomodava pela dor do dês-saber. Sempre havia algo mais a ser vasculhado...
Alma inquieta que inquietava os que estavam em redor. Seu
foco principal era confrontar o que via, o que sentia com o que se dizia já
solucionado. Muita coisa não assentava em sua mente como sol, lua, estrelas e a
Terra em seus giros imperceptíveis... Nada condizia, nada se encaixava com o
que via, fora o universo do mini-micro... Sempre uma festa para se remexer.
No entanto, a idade, peso cruel que o Senhor Cronos faz
questão de aumentar ano a ano com 1k a mais no lombo dos mortais, o tornou um
pouco menos ansioso e questionativo. Seu pasminho infantil foi aos poucos
sumindo com o diminutivo da curiosidade e o aumentativo da dita ‘maturidade’
aliada à dureza da adultice e suas preocupações.
Tristemente o fascínio fascista lhe aquietou o pasmo e aos
poucos como tantos outros mortais viu-se carregando os tantos fardos que lhe
calaram as interrogações atualmente vistas como crianças chatas e inoportunas.
Pergunto: Por que vias elas andarão?
Andreia Cunha
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