Naquele dia, resolveu visitar um lugar especial.
Seu próprio túmulo. Há anos morrera e não se ia visitar nem
no dia de finados. Abandonava-se oras ali no jazigo da família abaixo de uns
tantos palmos na terra fria e úmida oras vagando pelo mundo sem rumo.
Tinha pena de si, e por isso decidiu-se pela visita
inesperada. O cemitério estaria vazio e sua presença, caso vista, seria por
alguns poucos ou mesmo ‘nenhuns’.
O que ele não esperava é que o destino fria e cruamente lhe
pregaria mais uma de suas peças.
Ao ajoelhar-se para se entregar as flores que para si trazia,
dois homens com armas de grosso calibre lhe alvejaram o corpo morto repetindo
atrozmente a cena que anteriormente acontecera quando ia visitar seu pai.
Fatídica situação se repetia nos estilhaços dos espelhos da
verdade que se prefiguravam em realidade para si e também em sua memória extra
carnal.
O pobre homem caído, o morto antes morto, morria mais uma vez
vítima da própria história repetida na linha do tempo quantas vezes a graça do
destino ousasse se repetir.
E novamente o caso ficaria assim in sol úvel. Em só nuvens...
Andreia Cunha
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