Era um mosquitinho danado. Tamanho para ele não era documento, por isso, aos olhos dos demais era um menino muito arrogante e pretensioso. Sempre que via com suas minúsculas lentes um animal maior ele se punha a rir e lançava desafios.
Os outros desconfiando da sanidade do tal davam de ombros, mas ainda assim permaneciam observando. Nem sempre se saía bem. Entretanto houve um dia em que a loucura extrapolou os limites. Dessa vez, era uma touro que pastava tranquilamente juntamente com outros animais: bodes, cabras e cavalos.
Aos demais companheiros ele disse:
- Querem ver que faço aquela touro ter medo de mim?
Os colegas não se agüentaram e se puseram a gargalhar sem parar.
- Ô bichinho que não se manca.
E de tanto rirem até se mijaram.
- Pois vocês vão ver...
Lá foi ele tranqüilo e faceiro já sabendo o que ia aprontar. Pôs-se a azucrinar o focinho do grandão e numa oportunidade entrou-lhe pelas narinas até onde se sente coceguinhas.
O danado do bichão começou a querer espirrar e o mosquitinho ficou ainda mais a provocar.
Até que o tourão lança tenebroso vento. Porém a coceira foi tão forte e irresistível que ele também acabou por se borrar.
Os companheiros distantes não acreditavam no que viam.
Nas narinas do touro, lá estava o arteiro mosquitinho que com as asinhas na cintura falou em alto e bom som:
- Comigo é assim quando o cabra não agüenta ele chega até a se borrar.
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