CRUCIFICAÇÃO DE UMA IDEIA

Ela nasceu, aliás, brotou da cabeça de alguém que tinha voz e vez na mídia. Tal como qualquer ideia ganhou forma e vida nas páginas de um jornal importante. Suas asas ligeiras pousaram no papel e também ganharam a imaginação alheia com seu conteúdo pertinente e ousado.

Óbvio seria que atraiu a polêmica como sua amiga e companheira de voo livre. Muitas opiniões foram lançadas como a sorte entre dados rolantes  mediante a curiosidade dos jogadores participantes.

Mas pasmem, até agora os dados rolam  e nada de uma resposta definitiva entre as inúmeras possibilidades na qual os números poderiam fornecer como resultado.

Os mesmos parecem rolar em superfície inclinada com chances de caírem infinitamente no mundo quadrado que alguns criaram como meio de compreensão de seus universos.

Enquanto a sorte só está lançada sem resultado definitivo, os jogadores agora se digladiam para ver quem chegará primeiro e ver o final do eterno rolar que não se acaba.

Nessas alturas do campeonato, o público somente assiste: uns aplaudem a irreverência, outros comem os pães atirados a esmo e outros dormem de olhos abertos esperando para ver quem realmente vencerá em seus sonhos arregalados.

Tudo é impreciso e indefinido quando se trata de palavras em apostas de dados e números. Mas parece que o público quer mesmo é ver o circo pegar fogo, sem é claro que este atinja as arquibancadas. Caso, nada aconteça como resultado, apelarão para a crucificação da ideia, que será pregada e agonizará até o final com direito a ressuscitar caso seja necessário.

Afinal, a verdadeira diversão do circo romano é essa.

Andreia Cunha