Não é fácil analisarmos nosso tempo enquanto dele somos participantes. Temos a impressão e isso é mais que evidente de que toda e qualquer análise patina com a possibilidade do próximo escorregão a qual pode mudar o cenário da festa.
Aliás, a festa pode se tornar em tragédia, pois como seres em constante mutação somos e também estamos sujeitos a toda e qualquer intempérie do caminho. Camões em seu tempo já dizia “que não se muda mais como soía”, isto é, que as mudanças já fazem parte da própria mudança.
Imaginem hoje, se este ressuscitasse e tivesse condições de ver o quanto as ditas mudanças estão mudando cada vez mais rápido e o que hoje é, amanhã já foi. A obsolescência é pretérita até para o que ainda vai entrar no mercado como promessa de novidade para os menos abastados.
Em meio a essa massa de novidades outros ainda vivem como se estivessem na pré-história digital-tecnológica. Tem gente que não acredita que possa existir um ser no planeta que nunca tenha experimentado as delícias minhoquestas do Mc Donald’s e outros tantos recursos da modernidade, que não goze de saneamento básico ou ainda que se morra por picada de mosquito em pleno século XXI.
O que se passa hoje na História Mundial é poeira ao vento que não deve ser subestimada, pois seu pó pode causar muitas conseqüências caso não nos preparemos para elas, mas tentar analisá-la com o mesmo rigor do que o já assentado nas décadas anteriores é tentar causar pânico generalizado e paralisia mental nos mais amedrontados. Visto que o medo foi a palavra que dominou a primeira década desse milênio.
Medo e insegurança trazem conseqüentemente as instabilidades causadas por todo esse período de recolhimento social, seja por meio das fobias que assolam a população até mesmo o mercado financeiro com toda a tarimba em lidar com os tsunamis especulativos.
Que encontremos as melhores pranchas e aprendamos rápido a surfar essas ondas havaianas sejam estas interiores (referindo-me ao psicológico) ou exteriores (quando afetam os vários segmentos da vida social a qual estamos inseridos).
Essa sim será a verdadeira tarefa para essa década a qual estamos vivenciando.
Andreia Cunha
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