Sei que ao meu redor há um mundo que gira nem sempre na mesma sintonia que a minha. Por vezes, ver determinadas atitudes traz um desconforto aliado a uma revolta, pois são casos extremamente cruéis e desumanos.
Nesses momentos, percebo minha pequenez em lidar com tanto infortúnio criado por nós mortais. Sei que meu comportamento é partilhado com muitas outras pessoas, nada mais natural que o senso de justiça aguçado quando conseguimos nos colocar no lugar do outro. O instante se torna infinito na propagação da dor que me toma em comparação a incapacidade de lidar com essas causas urgentes.
Seria muita pretensão desse ser que sou querer resolver parte dos problemas do mundo. No entanto, há fatos que marcam a alma como arranhões e feridas não cicatrizáveis à medida que são tocadas.
Os maus-tratos com animais é algo que me causa esse desconforto com misto de revolta, angústia e impotência. Um ser indefeso que não tem meios de se defender e nem como falar ser levado à morte por pura crueldade em frente a uma criança (como o caso do Yorkshire morto a chutes e pontapés por uma suposta enfermeira e mãe) me causam asco em fazer parte da raça humana.
Relutei para escrever sobre o caso, mas a ojeriza foi tão grande que não me contive e para me acalmar tive que escrever – o que estou fazendo agora – marcando meu protesto mesmo sendo com essa pobre postagem.
Não existe justificativa plausível para um monstro que comete essas atrocidades, não creio em discursos de advogados do diabo que tentem amenizar tamanha barbaridade. Tive vontade de pular para dentro do vídeo e fazer algo que pudesse modificar aquela cena tão odiosa.
Pensei nos meus oito gatos, na vida de cada um e como suas histórias apesar de tristes (pois todos foram retirados da rua, com casos de envenenamento da mãe, abandono, maus- tratos etc.) hoje é totalmente diferente e me fazem feliz por tê-los a meu lado.
Entendam, a felicidade é minha por constituir uma família com eles. Eu sou uma criatura agraciada, pois em momento algum me senti sozinha ou desacompanhada com suas doces presenças. A sorte foi minha e não mais me imagino vivendo sem a companhia deles.
Por isso, quando vejo, ouço, leio ou vejo absurdos toscos como esses me envergonho por ter seres como esses a qual religiosamente são chamados de irmãos. Aos verdadeiros entendedores das leis do universo bastaria uma máxima como Constituição, acima de qualquer lei humana, e esta seria: Ama o teu próximo como a ti mesmo.
Eis uma verdade cristalina que se fosse seguida anularia as tantas leis escritas e nem colocadas em prática e toda e qualquer má intenção contra o próximo: fosse este um ser humano uma planta ou um animal.
Andreia Cunha
Nenhum comentário:
Postar um comentário