"Tudo
tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há
tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de
abraçar e tempo de afastar-se; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de
guerra e tempo de paz."
( Eclesiastes )
"Talvez o tempo te ponha na sua escola pois não terás
melhor professor que ele."
( Abu Shakur )
"Nunca penso no futuro, ele chega rápido demais."
( Albert Einstein )
Era um menino que como eu curtia brincar, no entanto suas
brincadeiras eram diferentes e apesar de considerá-las bem legais, hoje percebo
que existia um quê de crueldade consentida em seus atos de se divertir.
Eu era inocente criatura e mal sentia sua influência em meu
ser que com o seu passar crescia rápido, ligeiro, lépido e fagueiro. Essas últimas
palavras me lembram mesmo do passado. Todo correria eu me punha a pular
deixando a vida pulsar nos pensamentos e nas atitudes de criança arteira
pensando ser artista.
Ele, experiente criatura se punha com a figura de menino
para me fazer sentir feliz em sua companhia. Chamava-se Tempo. Naqueles
momentos era feliz em sua companhia, aprendia tudo o que ele me passava – no tempo
certo.
Todos sorriam quando em novidade o Tempo me ensinava algo
novo e com graça meus pais ou amigos olhavam com sabor de novidade... Ele,
amigo invisível , me acompanhava em tudo e eu lhe sorria plenamente nas ondas
das aventuras que me proporcionava.
Conheci a glória da adolescência, o vigor que nela existe.
Nessa época, ignorava sua presença enquanto ser. Era o jovem adolescente nas
descobertas do dito mundo real. As meninices eram deixadas para trás... E tinha
de ser assim. O Tempo mesmo se determina a sumir como amigo invisível para
amigo oculto.
E no ocultamente me deixava não senti-lo no consumo de meu
ser sempre aberto aos reveses de sua vontade. Minha noção de sua presença era agora
por meio do relógio: criatura servil a ele, mas igualmente cruel com os
humanos.
Escravizar-nos nas horas de trabalho; entradas e saídas,
cumprimento de metas, produtividade, subdivididas em minutos e segundos e eu, o
produto terciário dessa teia fragmentada que sempre pedia mais e mais em
criação.
Mal tinha condições de olhar o percurso, porém tinha noção
de tudo havia passado rápido demais – mais que na velocidade da luz... Há
infinitudes cósmicas fui criança, hoje tenho crianças e as vejo sendo curtidas
com o mesmo Tempo que a mim se fez amigo,hoje nem tanto em sua atitude de consumação.
Esperar a aposentadoria é o que me resta para voltar a
viver? Esperar sentado deitado ou agindo nesse insano querer?
Tempo ó tempo onde estás que não respondes apenas passas?
Diria um poeta. Não o sou por isso a aparência de artificialidade nesses versos
que nem são meus.
Para o Tempo enquanto entidade seu tempo é infinito. Para
ele é uma bênção ser tempo e nunca envelhecer, a nós mortais resta acatar,
gritar, chorar espernear sem respostas favoráveis.
Conformar, seria a melhor palavra... Con-formar a todo o
momento. A cada dia um forma nova com a presença do Tempo. Torna-lo sempre
amigo apesar de suas adversidades e intempéries permanentes mais que nós,
obedientes e servis.
Ele sempre será menino. Nós é que no plano do domínio pensamos
crescer.
Andreia Cunha
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