Costumava dizer que o melhor que um ser humano ainda pode
ter é ser dono irrestrito das funções de sua mente. Mas quanto à matemática
dessa assertiva, no atual, acontecia uma redução em porcentagem significativa
na medida em que pelo excesso de controle remoto educativo a coisa ia se
degringolando e consequentemente perdendo a noção da realidade do se ser no
mundo.
Mas o que era a realidade naquele contexto? Apenas conter a
rédeas curtas os espaços mais que limitados dos supostos pensantes? Pelo jeito
o mundo intelectual estava se reduzindo a largos passos e isso era o que a
minoria bem queria para continuar ativa na detenção das atividades
controlativas e deploráveis do processo de conhecimento evolutivo no mero
mundinho vasto a ser ainda decifrado.
-Triste!
Balbuciava em seu mudo calado exterior, mas não mental...
Até onde iria sua consciência da realidade? A situação estava ficando sufocante
caso não se ajustasse aos moldes criadores, porém não criativos dos detentores
da irrazão. Sistemas e mais sistemas burocracias como soluções – nada eficaz,
claro.
O controle remoto-mor deveria se sobrepor ao
individual que deveria estar sempre em crescimento caso se praticasse uma tal
de leitura que era feita com os olhos e mente ativas, livre para a imagem em ação.
Daí imaginação.
No entanto, era com o desconhecimento que mantinham certas
funções inativas e resguardadas dos leigos ensinados a não gostar do prazer
interessante que a leitura com olhos atentos proporcionava... O escravizar era
pelo incitamento do não gostar sem ao menos experimentar.
Abrir portas e janelas somente no denotativo e mecânico.
Voar? Impossível para um pássaro podado desde o tenro nascimento. Eis a função
do determinismo funcional intitulado como mero caso do acaso de um destino
fatalistico e surreal.
Até que num fatídico dia em meio a escamas que caíram sei lá
de onde algo começou a mudar-lhe os sentidos. Ver eram com o tato, sentir era
com os olhos e o paladar estava nos ouvidos os cheiros era com o corpo todo
aguçado num êxtase inebriante de sensações irrefreadas nos sentidos amalucados.
Era o deseducar que precisava ser ensinado. O controle
não deveria nem de sombra ser remoto e ausente, deveria sim ser mais que
presente nos dês-controles em cisão do objeto para se ver o que não mais acontecia como
regra – a dês-regra.
O controle deveria ser aberto como se fosse uma operação e o
corte em bisturi. Uma nova plástica se faria no ser que antes controle remoto
teria a chance de se ver revendo nos espelhos não torcidos de sua mente agora
plena e sã de sua existência não apenas virtual.
Aí sim portas e janelas poderão ser abertas no conotativo
mais que em controles remoto controlados por um algo superior...
Andreia Cunha
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