...MORRER NA PRAIA
Nascera e o simples ato em si era uma festa... A vida se
multiplicava mais uma vez como enfim continuaria a acontecer se a deixassem
seguir livre curso pela natureza.
Picara o ovo e dali saía feito novo bebê desconhecendo o
real mundo para o qual estava ressurgindo como ave. Mal sabia o que se era. Mas
seus olhos, pequenas jabuticabas, tentavam vislumbrar o que seria dali pra frente.
Papai e mamãe em redor aplaudiam a coragem do pequenino e
desde então já assumiam a responsabilidade pela vida que ambos formaram pelo
desejo misturado a um especial carinho de recriarem-se num só.
Belo, arrepiado e já alimentado pelas bocas com a comida,
sopa empapada, que o manteria até ter condições de ele mesmo se sustentar.
Seria o momento glorioso que abriria suas asas e seria como
os pais, livre para alçar novos voos e enfim reinventar seu destino. Re-repetir
o repetido sempre transformador apesar de contínuo em notas rés em sinfônica harmonia
da vida em profusão.
Tudo perfeitamente sublime não fosse a massa pestilenta e destruidora
que se prefigura em mão humana que por maldade disfarçada de falta de educação,
descuido e falta de importância com seus ínfimos atos deixa seus restos se
proliferarem tão grandemente quanto a
sutileza da mãe natureza em suas mais espontâneas manifestações.
Famílias inteiras antes unidas em festa agora choram a perda
de milhares que ingenuamente confundem tampinhas, quinquilharias humanas
industrializadas com comida. Almas em
anjos aves agonizam seus momentos sem saber que a vida não é só aquilo.
Que a
vida não é só...
andreiACunha
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