A incapacidade de lidar com determinados aspectos vividos em
nosso tempo se circunscreve em nossa fala e nossa escrita. O camuflar-se, o
esconder-se, o rodear sem aprofundar o que se considera problema são apenas
alguns exemplos dessas atitudes.
Um fato recorrente ao longo dos séculos é o não saber lidar
com a liberdade justamente pelo não saber também o que fazer com ela. Por
conta, fica muito mais simples tornarmo-nos presos a preceitos e preconceitos
que extrapolam em julgamentos nossa vivência em relação ao outro estereotipando
o que é de cunho pessoal, social, ético, estético, etc.
Uniformiza-se desde roupas até gestos, atitudes e palavras.
Nomeia-se o que é inominável para
amenizar a parcela de culpa de determinados comportamentos mesquinhos. Quem é o
morador da rua? Quem é o carente? Quem vive na melhor idade? Quem é a classe
média e como vive?
Quem somos? Soldados fardados para lidar com a vida e a lida
em rotinas como se fosse o novo extraordinário?
Deixamos de ver, de sentir, de agir e perceber por meio dos
nossos sentidos totalmente ressentidos pela paralisia mental que nos encurva ao
sistema mecanizado e continuamos entre idas e vindas como insetos perdidos na
selva de pedra.
Nossa educação é falha como a comida que engolimos nos fast
foods por falta de tempo para o essencial. Inessencial é morrer num mundo de zumbis
consumistas da dor e do fracasso em empréstimos intermináveis como se fossem
presentes com juros mais baixos a cada dia pensando viver cada dia melhor.
Nosso conceito de melhoria está atrelado ao poder do ter e
não do ser. É no carro do ano a custo de sangue, no condomínio de luxo em cima
do lixo, é no parecer de espelhos distorcidos como verdades plenas e absolutas.
É no choro escondido entre risos vazios e companhia fútil
entre trocas e barganhas do imbarganhável que se tripudia sobre o outro que
escolhe um meio diferente de tecer o seu caminho.
Entre rodas que giram e não param e entre círculos de ar
prefiro a loucura da sensibilidade ao perfume que insistem em passar como meio
de remediar o suor fétido em ranço da falta de banho por medo da nudez e do
corpo que nela há.
É na mudez da boca imposta em falsas verdades aliada ao pensamento
reflexivo que com coerência muito diz que os ciclos podem e devem mudar.
andreiACunha
Bonitas imágenes las de tu blog.
ResponderExcluirGracias por visitar mi rincón.
Un beso.
Gracias, María
ExcluirUn beso