Amo as proparoxítonas. Para mim elas são belas e
perfeitas... Também chamadas de esdrúxulas por serem em número menor na língua
portuguesa, elas conseguem abarcar com a mínima quantidade, o máximo das
contradições em seus significados citando como exemplo apenas o flácido e o
sólido, o sólido e o líquido, o mágico e o lógico, o ótimo e o péssimo, o
príncipe e o súdito além do anteriormente citado máximo e mínimo.
Ademais existem as sinônimas que não são poucas: rápidas e
lépidas, cântico e música, bêbado trôpego, tímido e apático bem como as
possibilidades de uni-las em nomes e qualidades mesmo que em brincadeiras
poéticas: cálida ética, trágica dúvida, tráfego rápido, única máquina, ácaro
cínico, próxima vítima, lâmpada épica, óculos tétricos, público nômade...
Que outro grupo de palavras possui tantos meios de brincar,
de pensar, de jogar criando esse universo lúdico em meio ao crítico mesmo com
sua ínfima quantidade tanto quanto um sábado em sua passagem como vírgula em
nossas vidas? Mesmo nômades, passageiras pelo tráfego linguístico elas soam
como pássaros, música e cântico sempre como relâmpagos em nossa gramática em
nossos ouvidos bêbados por vezes ásperos para sentir suas dádivas e dúvidas em
existências sejam estas épicas ou trágicas.
Elas, em seus códigos, bailam a nossas vistas, enquanto nós,
vítimas fáceis, assistimos a seus shows apáticos e tímidos. Elas? arteiras
adentram nossos narizes em ácaros, nos causam pânicos e nos levam a clínicas
cínicas e ótimas em seus modos de vida.
São mais inteligentes que a atual informática. São
gramáticas. São pródigas
E nós, os últimos náufragos, os próximos bêbados, os ínfimos
apáticos, tímidos nesse tráfico rápido e cínico permanecemos surdos e imóveis
perante os que nos transformam em público-máquina: átomo, ácaro tétrico, súdito
do sistema pródigo.
andreiACunha
Amada Andreia,
ResponderExcluirEu também estou morrendo de saudade, anote por favor o meu msn, é mephisto201959@hotmail.com
Te amo!