...Mas por enquanto parece dominar o:
‘Deitado eternamente em berço esplêndido ao som do mar e aluz do céu profundo...'
Quem, ainda criança, resolvesse escrever com a mão esquerda
era logo desincentivado (para ironizar o desestimulado) a utilizá-la como centro
da escrita e de posicionamento perante o mundo.
A palavra sinistro hoje vista sob outro aspecto era o termo
utilizado para tais pessoinhas as quais sempre havia um preceptor que lhe
tirava o lápis e o recolocava no lugar dito como ideal; a mão direita. O
destro, o correto.
Na língua italiana, sinistro realmente se traduz como
esquerda e em questão de direcionamento, se queres virar a esquerda é a
sinistro. No entanto, minha discussão não se atém ao ato da escrita e da
escolha que atualmente é tida como livre a quem quer que seja.
Refiro-me ao posicionamento político também. Muito se fala a
respeito do tema que se impõe atual que é o rever a esquerda como oposição forte
aos modelos capitalistas neoliberais que imperam absurdamente como único
sistema viável para o prosseguimento da vida econômica (e porque não dizer
social, ideológica, filosófica e afins).
Somos todos sereszinhos manipulados por essa corrente
ideológica que sem reparamos domina nossos mais íntimos pensamentos e atitudes
sem que percebamos o mal ali instalado.
Bom, para alguns não é mesmo um mal, é um bem precioso como
o cofre do Tio Patinhas sempre apto a nadar na montanha sempre crescente de
moedas de ouro - metal sempre em
ascensão nas cotações do mercado.
O interessante é percebermos que para reavivar o que
chamamos de esquerda, faz-se necessário adentrar os caminhos políticos e não
ignorá-los como faz a maioria, que prefere se abster de tudo ao que tange o
assunto.
Não digo de organização em forma partidária, pois aliás já
temos as tais vertentes e hoje estas estão tão esvaziadas de ideais e atitudes quanto
o congresso nacional em qualquer comemoraçãozinha popular ou não – a da vez são
os festejos juninos.
A retomada esquerda vem de caminhos sinistros, isto é,
resgatando o que está camuflado para a grande maioria; o conhecimento, a
educação e a união de forças não partidárias, mas exatamente como vem acontecendo
em solo europeu em movimentos revolucionários.
Não, caros amigos, não prego a desordem, a baderna e a
balbúrdia. Prego o aprofundamento nos assuntos políticos e a formação da
opinião pública com pontos de partida para que ressurja uma corrente forte o suficiente para ser
capaz de novamente confrontar o que impera e nos massacra dia-a-dia.
A força está no braço da maioria, hoje dispersa e
anestesiada pelo trabalho insano em busca do consumismo (arma, aliás, potente
para endurecer mentes e emburrecer ideias). É essa união sem uma única
liderança que deve ser capaz de mostrar aos donos do poder o que estes precisam ver:existe uma oposição que pede respeito pois sabe o que acontece e está ciente dos fatos
Nada mais saudável do que as diferenças para provar que não
há uma só resposta correta ou uma só razão dominante e dominadora.
Basta apenas acordarmos para o conhecimento e sairmos da
alienação paralisante e, sobretudo, discordarmos do massacre ideológico que nos
sobrevém como verdades plenas e absolutas.
Andreia Cunha
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