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terça-feira, 19 de junho de 2012

CONTENTAMENTO DE VENCEDORES E VENCIDOS



“— Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas chegam apenas para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e irá à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”
IN QUINCAS BORBA – MACHADO DE ASSIS



AMIGOS VENCEDORES E/OU VENCIDOS:
CONTENTEM-SE COM AS BATATAS,
CASO CONTRÁRIO O QUE TERÃO MESMO SÃO AS BARATAS...

ANDREIA CUNHA






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