Existe uma essência em cada um de nós. A minha me foi
revelada no som. A noite me sou. A noite
me é em essência na ínfima parte desse ser que sou.
Úmida do orvalho, bruma em breu de ventos frios e estrelas
reluzentes. Não me caminho, pois vagueio na força da brisa-vento gotícula que
se ilumina no vagalume. Confundo a lua antes do amanhecer no azul marinho
celeste. Cortina que me descobre no perfume das flores noturnas e das folhas
secas por que piso sem deixar marcas das passadas.
Sinto o noturno como força que me guia à luz para não chocar
os olhos não mais cativos da cegueira de quem anseia a luz sem cair em sua
noite lenta e profunda de amor mesmo com perigo de morte.
Tudo isso é sorte para a vida que se tece além do horizonte
onde o brilhante astro despontará seus primeiros raios de suposta verdade para
os tanto pacientes quanto impacientes por querer receber a saudade em moça-mito
crescente em orfandade divina dos deuses que não a podem assumir como filha.
Sou a flor, a estrela, a água corrente, o pio da coruja, o
vento escuso, o galho torto, a folha nova e a morrente: misturas inerentes de quem se funde à natureza
como ciência de sua pequenez inaudiência.
AndreiACunha
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