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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PENHORA SENHORA BARGANHA




Seus sonhos de consumo eram bem maiores do que o que ela, menina pobre e humilde, poderia ostentar. Eram carros de luxo, produtos de beleza importados, roupas de marca, bolsas de grife, sapatos de lojas suntuosas de shopping, aparatos tecnológicos de última geração, mansão de revista em bairro nobre fora as casas de praia e campo e, e, e, e...

Sua triste vida se resumia a olhar e lamber os dedos porque até para o comer das novidades ficava ali sem condições. Claro, que nisso tudo, ela não perdia a pose e mantinha uma aparência razoável, o que também lhe favorecia a natureza gentil com sua beleza natural.

Estava cansada dessa vida de quereres sem poderes e por inúmeras vezes pensou em fazer besteiras, embora nunca tenha se envolvido com fatos ilícitos. No entanto, estava farta de sua miserabilidade social do nada ter de a não ser de segunda categoria...

Foi enfim que teve uma ideia após saber de um lance via internet que estava dando certo: venderia sua virgindade. Oras, por que não? E por que não sim? Ela o faria com o maior prazer àquele que oferecesse o maior lance, afinal ela era bela e o hímen era seu. Faria dele o que bem entendesse.

Em troca de uma vida mais digna, no futuro até esqueceriam quem ela era e o que fizera para alcançar seus objetivos. Lançou o desafio e a sorte estava jogada aos quatro ventos dos muros que caídos perduram pela internet em sinônimo de liberdade.

Surpresa viu que as apostas eram vivas e polpudas e nela havia tanto homens, como mulheres. Não tinha preferências, o que a incomodava era como saber se o(a) proponente era realmente dono(a) da pequena fortuna almejada pela moçoila.

Um agenciador se fazia necessário. Arrumou-o e no site agora com centenas de milhares de visitas tinha até grupos que se organizavam para chegar mais perto do valor final. Eram os prêmios do prêmio.

Enfim, com o passar de semanas, a garota conseguiu o melhor lance e teve seus sonhos realizados pela bagatela de alguns milhões de uma moeda forte. O ser ganhador para não deixar evidente, pois o próprio não queria ser identificado teve o prazer de ter sua virgem dos lábios de mel. Porém, na hora H o hímen rompeu-se e ela, toda pele, sumiu entre os lençóis manchados pelo sangue do primeiro contato.

Até hoje ninguém sabe por onde andará a menina que penhorou seus pudores em suntuosa barganha.

Mistééééééééério...

Andreia Cunha





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