Em um relacionamento para se chegar as vias da intimidade
faz-se necessário percorrer todo um caminho na qual se é possível adentrar as
camadas mais densas que compõe o ser a ser envolvido.
Não, não é fácil visto que nós mesmos desconhecemos essa
fina camada sempre prestes a se romper com o novo que geralmente nos sujeitamos
a experimentar. Nossa essência volátil e em metamorfoses, nos torna seres
estranhos até para nós mesmos, que dirá para quem quer nele talvez tomar posse:
compreender, interpretar.
Por vezes, queremos sossego e quietude de nossos lados
obscuros cientes deles ou não. Atiça-los é comprar briga: guerra. O mesmo se
sucede com as palavras.
Para adentrarmos à alma delas temos de conquistá-las,
estudá-las,entende-las até chegarmos a uma intimidade, uma comunhão com seus
sentidos sutis. Exige amor, mais que paixão e tesão até o desnudamento delas e
a provável união.
Belo é fazer amor com as palavras e se deixar transformar
por elas a ponto de não mais viver sem sua companhia constante. Não digo que
seja fácil esse relacionamento. Aliás, nenhum relacionamento o é. Tolerância,
renúncia, vontade de estar junto e outras coisitas mais são ingredientes
básicos dessa e de toda e qualquer relação.
Mas para isso não ser apenas um encontro fatídico e
corriqueiro – o que considero um tanto impossível devido a sensualidade e
experiência das palavras – há que se ter sobretudo paciência. Pá-ciência de escavar
terrenos de todos os tipos e dificuldades. Garimpar e buscar a pedra mais
preciosa para fazê-la luzir como deve ser o seu despertar.
Nós também saímos diferentes. Saímos semeados de suas
origens, as fontes que nos sustentam e matam a sede que nos iluminam a mente
para além dos bens materiais, pois elas também são sutis e espirituais
independente do que nelas contém. Seus
significados é que dizem muito de seus níveis e tessituras. Somos nós que
crescemos ou elas que nos conduzem pelos
percalços dos degraus dessa escada evolutiva?
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