Não creio em ingenuidade
onde reina o conhecimento.
Andreia Cunha
A união de um continente não deve acontecer unicamente pelas
vias do interesse financeiro e econômico, há que se considerar o intelectual e
sobretudo o cultural.
Não falo do cultural somente no sentido de produzir arte por
intermédio do filtro dos sentidos, incluo nesse conceito os costumes arraigados
há milênios por todos os povos. Comparar por exemplo, a Alemanha a Grécia a
ponto de instituir moedas únicas para ambos os países é uma postura simplista e
simplória no mero achar q só isso igualaria economias tão discrepantes.
Tomemos como exemplo se algo semelhante acontecesse no
continente sul americano: que lindo! Todos
se unem em uma moeda forte tomando por base o país com nível mais elevado. Como
ficariam os demais? Não é muito difícil até para quem não entende de economia
ou finanças, perceber que seria impossível a manutenção por longo tempo de uma
unificação pacífica.
Sabendo que o livre comércio já se institui por meio de
acordos nem sempre fáceis que diremos, pois de uma única moeda! No entanto, é algo ainda mais sutil o que
preocupa: Por onde anda a elite intelectual que costuma sempre aparecer quando a
situação aperta-lhe o calo. Afinal, não creio que eles não estejam sofrendo
tais consequências e mesmo que não as sofram com tanta veemência o se expor
nesses casos é sempre bem visto para pessoas que tem voz e vez na mídia.
Essa estranheza causa aquela sempre incômoda sensação de
pulga atrás da orelha: O que acontece no velho continente? Estariam de certa
forma colaborando para um esvaziamento da mão de obra que recorre como em
tempos antigos às Américas em busca do velho sonho de fazer fortuna. Os jovens
não encontram trabalho e em massa aportam em terras ‘desconhecidas’ tomadas
pelos índios que devem ser novamente catequizados e explorados pelos bens que a
terra produz?
Somos novamente o alvo? Perceber que os trabalhos que não
exigem ensino superior tenham um crescimento inclusive no valor salarial em
detrimento dos que exigem conhecimento acadêmico é só um pequeno detalhe que
para muitos passa despercebido... Isso é temporário, tão fugaz quanto a fumaça
branca que queima na Basílica de S. Pedro anunciando o novo Papa.
Quando a poeira assentar, tais trabalhos serão
desvalorizados e quem se sairá bem não serão com certeza os não escolarizados.
Vejo uma dança se formando no meio do salão em que muitas pessoas estão sendo
levadas a girar como em valsa até se estontearem e caírem como peças de um jogo
que já se repetiu anteriormente.
Não sou especialista, e novamente repito como em outras
postagens: espero estar sendo apenas fatalista em minhas colocações. Mas por
enquanto a dança parece apenas começar a nos colocar para dançar em seu ritmo.
Seja como for: tanto os que vêm como os que ficam precisam se ajustar as
intempéries do mercado, pois seus donos vivem de especulações que oscilam em
suas marés avassaladoras quando o Senhor Capitalismo resolve rir mais uma vez
de si mesmo. Afinal chorar pra quê se para ele não acontece nada...
- Tim Tim...
Andreia Cunha
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