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domingo, 19 de agosto de 2012

UM BRINDE - TIM, TIM...



Não creio em ingenuidade 
onde reina o conhecimento.

Andreia Cunha


A união de um continente não deve acontecer unicamente pelas vias do interesse financeiro e econômico, há que se considerar o intelectual e sobretudo o cultural.

Não falo do cultural somente no sentido de produzir arte por intermédio do filtro dos sentidos, incluo nesse conceito os costumes arraigados há milênios por todos os povos. Comparar por exemplo, a Alemanha a Grécia a ponto de instituir moedas únicas para ambos os países é uma postura simplista e simplória no mero achar q só isso igualaria economias tão discrepantes.

Tomemos como exemplo se algo semelhante acontecesse no continente sul americano: que lindo!  Todos se unem em uma moeda forte tomando por base o país com nível mais elevado. Como ficariam os demais? Não é muito difícil até para quem não entende de economia ou finanças, perceber que seria impossível a manutenção por longo tempo de uma unificação pacífica.

Sabendo que o livre comércio já se institui por meio de acordos nem sempre fáceis que diremos, pois de uma única moeda!  No entanto, é algo ainda mais sutil o que preocupa: Por onde anda a elite intelectual que costuma sempre aparecer quando a situação aperta-lhe o calo. Afinal, não creio que eles não estejam sofrendo tais consequências e mesmo que não as sofram com tanta veemência o se expor nesses casos é sempre bem visto para pessoas que tem voz e vez na mídia.

Essa estranheza causa aquela sempre incômoda sensação de pulga atrás da orelha: O que acontece no velho continente? Estariam de certa forma colaborando para um esvaziamento da mão de obra que recorre como em tempos antigos às Américas em busca do velho sonho de fazer fortuna. Os jovens não encontram trabalho e em massa aportam em terras ‘desconhecidas’ tomadas pelos índios que devem ser novamente catequizados e explorados pelos bens que a terra produz?

Somos novamente o alvo? Perceber que os trabalhos que não exigem ensino superior tenham um crescimento inclusive no valor salarial em detrimento dos que exigem conhecimento acadêmico é só um pequeno detalhe que para muitos passa despercebido... Isso é temporário, tão fugaz quanto a fumaça branca que queima na Basílica de S. Pedro anunciando o novo Papa.

Quando a poeira assentar, tais trabalhos serão desvalorizados e quem se sairá bem não serão com certeza os não escolarizados. Vejo uma dança se formando no meio do salão em que muitas pessoas estão sendo levadas a girar como em valsa até se estontearem e caírem como peças de um jogo que já se repetiu anteriormente.

Não sou especialista, e novamente repito como em outras postagens: espero estar sendo apenas fatalista em minhas colocações. Mas por enquanto a dança parece apenas começar a nos colocar para dançar em seu ritmo. Seja como for: tanto os que vêm como os que ficam precisam se ajustar as intempéries do mercado, pois seus donos vivem de especulações que oscilam em suas marés avassaladoras quando o Senhor Capitalismo resolve rir mais uma vez de si mesmo. Afinal chorar pra quê se para ele não acontece nada...

- Tim Tim...

Andreia Cunha





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