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quarta-feira, 11 de setembro de 2013

SINTOFONIA

SE POSSÍVEL, LEIAM O TEXTO OUVINDO A MÚSICA.


A consciência corre ao sabor das notas num fluxo e refluxo de maré. Uma viagem ao redor de mim e do mundo que me cerca. Cosmicamente, um universo repleto de passados e futuros misturados como se um déjà vu me tomasse e um imenso rio quisesse brotar dos olhos.

Uma cena, roupas no mais antigo estilo e um amor perdido no tempo se repete infinitamente por diversos motivos e razões além do espaço que se aninha na vida seja no antes ou nos depois de suas sobreposições. Vidas marcadas por sentidos, sentimentos sensações e que num flutuar de notas em pentagramas determinam que o melhor é só mesmo no fim da alta escalada árdua, no desvendar dos enigmas-desejos até atingir o mais elevado grau da superioridade mental e espiritual.

Nada é permanente e no provisório tudo se refaz de outros jeitos, outros olhos, mas que pode ser revisto e revisitado para o fortalecimento de uma luz que precisa ser polida para brilhar além do que já se possui como verdade para si...

O mundo ao redor, meu corpo, pede movimentos de giros atômicos para acelerar o processo evolutivo e dançante da vida que baila nas explosões musicais que me tomam. Sou toda  ouvidos como forma de vida fluida e simples nas rebuscações dos instrumentos que compõem a partitura e as diferentes vozes que remontam de algum modo a profundidade do meu eu interior além das dimensões conhecidas e vividas.

Há mais. Há mais de mim em mim mesma. É como um abandonar de cascas para o ressurgimento num  universo maior que me ronda e também me desfaz. Apesar do abandono da casca velha, cresce-se e isso é mais que o exemplo da cebola sendo desfolhada para o nada que lhe é.

Cresço e me desfaço, diluo e me uno, mas não me deixo de me ser: em só um corpo sou muitas, infinitas muitas que sopram ao vento da preleção musical da sintonia da morte Sinfonia da vida. Linda...


andreiACunha




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