SE POSSÍVEL, LEIAM O TEXTO OUVINDO A MÚSICA.
A consciência corre ao sabor das
notas num fluxo e refluxo de maré. Uma viagem ao redor de mim e do mundo que me
cerca. Cosmicamente, um universo repleto de passados e futuros misturados como
se um déjà vu me tomasse e um imenso rio quisesse brotar dos olhos.
Uma cena, roupas no mais antigo
estilo e um amor perdido no tempo se repete infinitamente por diversos motivos
e razões além do espaço que se aninha na vida seja no antes ou nos depois de
suas sobreposições. Vidas marcadas por sentidos, sentimentos sensações e que
num flutuar de notas em pentagramas determinam que o melhor é só mesmo no fim
da alta escalada árdua, no desvendar dos enigmas-desejos até atingir o mais
elevado grau da superioridade mental e espiritual.
Nada é permanente e no provisório
tudo se refaz de outros jeitos, outros olhos, mas que pode ser revisto e
revisitado para o fortalecimento de uma luz que precisa ser polida para brilhar
além do que já se possui como verdade para si...
O mundo ao redor, meu corpo, pede
movimentos de giros atômicos para acelerar o processo evolutivo e dançante da
vida que baila nas explosões musicais que me tomam. Sou toda ouvidos como forma de vida fluida e simples
nas rebuscações dos instrumentos que compõem a partitura e as diferentes vozes
que remontam de algum modo a profundidade do meu eu interior além das dimensões
conhecidas e vividas.
Há mais. Há mais de mim em mim
mesma. É como um abandonar de cascas para o ressurgimento num universo maior que me ronda e também me
desfaz. Apesar do abandono da casca velha, cresce-se e isso é mais que o
exemplo da cebola sendo desfolhada para o nada que lhe é.
Cresço e me desfaço, diluo e me
uno, mas não me deixo de me ser: em só um corpo sou muitas, infinitas muitas
que sopram ao vento da preleção musical da sintonia da morte Sinfonia da vida.
Linda...
andreiACunha
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