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terça-feira, 16 de abril de 2013

DES-SER





Esvaziei-me para dar brecha a outros tantos que precisam se mostrar; que quero em algum momento ser tendo a noção certa de não me pertencer.

Quero ter o prazer de me expor vazio de mim enquanto tento ser plena de outro. Se impossível, deixarei que as águas se sobreponham e se misturem na interminável foz de minhas vozes roucas e loucas por jamais serem uníssonas.

Não me deitarei no mar para morrer na praia. Serei onda, corrente marítima, oceano no gota-a-gota tendo a noção (mesmo que vaga) da inexistência do real no irreal de minha surrealidade em tentar des-ser (seria isso um descer?)

andreiACunha







Um comentário:

  1. Muito legal como vc brinca com as palavras;quem sempre lê seus poemas fica acostumado a perceber sentido duplo em tudo que vc escreve,enfim os multiversos das palavras...
    (mesmo que vaga)=percebida levemente ou (mesmo que vaga)=ondas.
    tentar des-ser=não ser ou tentar des-ser=descer ir abaixo. Adoro sempre,sou sua fã.Beijos.

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