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quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O LUTO COMO LUTA



Encarar determinados desafios exige mais que uma luta. No caso específico da morte, seja esta do corpo físico ou de uma fase da vida, a guerra é com o luto que geralmente deixa um rombo pela perda a qual nunca estamos preparados por mais que se pareça clara e inevitável. Difícil é para nós humanos aceitarmos a morte de alguém já com certa idade que dirá de um jovem no vigor da idade ou ainda pior ter de lidar com a perda do outro em vida pelos distanciamentos, separações e fatalidades.


Certa vez ouvi três palavras a respeito desse tópico e as guardei como uma dádiva na qual todos um dia teremos de usar.

 Enfrentamento, desapego e aceitação

Não há dor de luto que não passe pelas três fases. Todas elas exigindo de nós um esforço na qual nossa natureza não está preparada, a não ser por meio de exercícios de vida em formas de experiências.


O enfrentamento se afigura na coragem de perceber quando algo está não está bem, mas ainda assim ter forças para lutar e fazer o que se pode para reverter a situação. A essa atitude não devemos confundir com alienação colocando falsas esperanças como verdades infundadas tanto em nós mesmos como nos outros. Há que se ter sabedoria e raciocínio claro pautado numa lógica de possibilidades.


Na medida em que determinada situação se coloca como intransponível mesmo com todos os esforços, faz-se necessário aprender sobre o desapego tanto da matéria, seja em forma de objetos, como de um modo espiritual sendo este representado pelos elos com pessoas. O desapego é uma lição sublime, pois transforma o provável egoísta em altruísta. Desapegar nesse sentido significa libertar, soltar as amarras de tudo o que nos aprisiona em grades invisíveis. É o fio tênue que separa o enfrentamento da alienação, das falsas esperanças que por vezes tentamos nos agarrar como meio de sobrevivência.


Quanto ao último estágio, a aceitação esta é a mais complicada de ser vivenciada. Mascaramentos em palavras não significam nada se as atitudes não corresponderem aos fatos. A aceitação é do âmago, não se faz presente no muito falar, mas sim na sutileza dos gestos de quem a vive. Aceitar requer se posicionar no lugar do próximo a ponto de entender o motivo de sua atitude no caso de uma separação ou um distanciamento, ou entender que deixar a casca desse corpo pode ser um alívio para o espírito que já cumpriu sua missão nessa vida.


Em todos esses estágios existe uma beleza de vida que só se conquista com uma luta sem derramamento de sangue, pode ser com derramamentos de lágrimas com o sentir das dores, com o derramamento do suor pelo esforço do corpo, mas jamais em atos violentos, pois o atingir um estágio pleno do amor é o maior objetivo dessa luta que se inicia com o luto.

Andreia Cunha







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