A todos aqueles
(independente do gênero)
que evitam chorar.
Andreia Cunha
Atrevido, ousado e irreverente... (ele não demonstrava ter medo de nada. Mas no fundo o tinha. Mantinha-o em segredo a sete chaves por puro preconceito de que homem não chora.).
- E não chora mesmo.
(Não as vistas alheias. É no escondido que as lágrimas rolam e revelam a fragilidade de como lidar com a luta do esconde aparenta e aparece nas aparências de gêneros.
Agora mesmo tentava empunhar a espada de guerra, porém vencido pela mente cansada resolveu adiar mais uma vez a ida para o campo de batalha. Era assim que encarava a vida.
Cheia de ilusões e desejos obscuros, ele quando se via preso pelos seus sentidos, resolvia dar um jeito criando num sufoco uma imagem mental que o fizesse desistir da tão temida novidade. Assim, se considerava forte o suficiente para permanecer na suprema posição a qual se colocou: não choro, não sinto, não amo.
Não vivo.
Tal posição era cômoda, o fazia acreditar nas mais diversas ilusões mentais proporcionadas pela jaula do medo acima de sua mente - vista somente pelos mais experientes. Isso era o seu domínio: uma jaula na qual se punha para adiar sentimentos sentidos apenas vividos em superfície – rasos como uma tábua envelhecida e sem utilidade pelos vorazes cupins.
Sua jaula, pena, não era de madeira, pois caso fosse haveria ainda solução. Nisso ele era bem cuidadoso. O estado na qual estava era cômodo por demais para correr riscos de saídas com insetos fominhas.
Seu corpo ansiava mudanças, viver com intensidade os desejos da entrega plena. Vivo como a cor carmim seus sonhos eram sufocados porque a jaula não o permitia ir além. Vermelho aguado era seu suor seco evaporado pela quentura do medo em tempo instável de mormaço.
Vivia assim como se tudo o que desejasse deveria ser apenas visto como se não pudesse lhe fazer parte. O amor era só para olhar, doce de vitrine caro e repudiado por engordar, plástico para enfeitar. Assim as flores dos demais sentimentos – artificiais e superficiais.
Seu atrevimento, sua ousadia e sua irreverência só iam até onde seus desejos não atingissem a porta de entrada de seu ser desnudo. Afinal, desnudar-se para si seria perda de equilíbrio muito forte para conseguir se recompor.
Seu modo de ver o mundo o fazia vacilante, inquieto e um total estrangeiro dos demais. Não aceitava amar fora do corpo, isto é, com a alma íntegra. Era só o momento e nada mais.
Por isso, saía à francesa quando percebia ares de algo mais pairando até mesmo em si. Procurava não mais se questionar para ter o sossego de ser como ainda hoje é.).
Atrevido, ousado e irreverente (mesmo com o velho hábito preconceituoso de ser.).
ANDREIA CUNHA
Tenha uma linda semana meu amorzinho, onde a alegria e o amor sejam uma constante.
ResponderExcluirBeijos com todo carinho.