Não aprendi a ser.
Nesse universo, sinto-me galgando os tenros passos e voltando a engatinhar.
Ser o ser que se quer e o que se torna pelos olhares alheios é diferente do que no fundo se acaba sendo.
Dentro de mim, há muitos seres tentando ser um só nessa pele que ainda me habita.
Penso e digo ser impossível entender sob um único ponto de vista, talvez por isso eu tente lidar com essas figuras desdobradas como fragmentos desse eu pessoa-substantivo próprio em terreno abstrato.
Nome não define, pois é arbitrário, visto que acaba sendo ato escolhido por nossos entes mais próximos.
Não sou meu nome, embora o carregue até o fim de meus dias. Sou mais que essas letras unidas em significado escolhido como gesto de amor-família.
E é esse ‘o que me sou?’ que me faz criança engatinhante de um significado maior a qual ainda não pertenço por não alcançá-lo além de meus sentidos primitivos.
Penso que jamais obterei uma resposta plena mesmo com o profundo decorrer das gotas latejantes do tempo.
Andreia Cunha
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